Guilherme Bertissolo

Português, Brasil
Descrição: 

Guilherme Bertissolo (natural de Porto Alegre, radicado em Salvador) é compositor, pesquisador e professor de Composição e Teoria Musical. Como compositor, tem sido premiado no Brasil e no exterior ? Prêmio Funarte (em 3 ocasiões em 2012, 2016 e 2019), Ibermusicas (2016), C.A.R.L. Residency (UCR, California/EUA, 2012), Concurso de Composição Fernando Burgos (Brazil, 2011) e no #10 Carl von Ossietzky Composition Prize (Alemanha, 2010), entre outros. É Mestre e Doutor em Composição pela Universidade Federal da Bahia, sob orientação de Paulo Costa Lima, com período Sanduíche na University of California, Riverside, sob orientação de Paulo C. Chagas. Sua música tem sido apresentada e gravada em diversas cidades brasileiras, na Europa (Alemanha, Portugal) e Estados Unidos, por ensembles como Mivos Quartet, Ensemble cross.art, ABSTRAI Ensemble, Grupo Cron, GNU, Camará Ensemble, Duo Robatto, Grupo de Percussão da UFBA, e músicos/musicistas como Luciane Cardassi, Nina Jaunssen-Deinzer, Pedro Rodrigues, entre muitos outros. Frequentemente, Bertissolo também compõe música para dança e vídeo. Atualmente, é Professor Adjunto III em Composição e Teoria Musical na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, ensinando na graduação e na pós-graduação. Ele também é Coordenador de Produção e Difusão da Extensão da Pró-Reitoria de Extensão da UFBA, membro da OCA (Oficina de Composição Agora), Diretor do projeto Música de Agora na Bahia e co-editor da ART Music Review.

Composição, cognição e cultura: performatividade e colaboração nos processos criativos em música

Minha pesquisa atual enfoca os processos criativos e os mecanismos do entendimento musical, a partir da interação entre a semântica cognitiva e a semântica cultural. Tomamos como premissa a formulação de Z. Nagy, de que os processos criativos em música são compostos pela plasticidade da modalidade cognitiva e pela fisicalidade da modalidade performativa.
Enseja-se a criação de estratégias para o compor, mais especificamente, mas também um estudo sobre os mecanismos de entendimento na perspectiva das semânticas cognitiva e cultural. Enquanto método e ao mesmo tempo resultado, propomos experimentos voltados para importantes temas do compor, como memória, expectativa, metáfora e esquema de imagem. Espera-se que esses experimentos possam contribuir para os estudos sobre o entendimento da experiência musical, de modo a criar um ambiente para o aprimoramento dos processos de criação colaborativa, que também carecem de melhor aprofundamento nas pesquisas recentes. Como resultado, além dos experimentos em cognição e dos artigos e textos, planejamos obras colaborativas compostas com artistas de diferentes backgrounds.
O referencial teórico abordado é vinculado à chamada cognição musical e sua corrente enacionista, à psicologia e linguística cognitivas, dentre outros domínios das ciências da mente e da neurociência contemporâneas. Os conceitos que fundamentam as pesquisas relacionadas têm como referência central o conceito de “mente incorporada” no estudo do sentido musical e dos processos criativos envolvidos nas práticas musicais. Temas centrais envolvem as teorias cognitivas da categorização, estudos da memória, da atenção, a metáfora conceitual e os esquemas de imagem, bem como a expectativa em música, com vinculações aos possíveis impactos no âmbito da teoria da música e da composição.

Áreas de conhecimento: Música, Cognição musical, processos colaborativos.